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Maré Vermelha em Ilha Bela

2025-04-01  Rafael Fraga  41 views


A maré vermelha, além de ser um fenômeno natural explicado pela ciência, também carrega um forte simbolismo religioso para muitas pessoas. A cor avermelhada das águas remete diretamente a passagens bíblicas, especialmente ao relato das Dez Pragas do Egito, descrito no livro do Êxodo.

Na Bíblia, a primeira praga enviada por Deus transformou as águas do Rio Nilo em sangue, causando a morte dos peixes e tornando a água imprópria para consumo. Esse evento foi um sinal divino para convencer o faraó a libertar o povo de Israel da escravidão. Para os mais religiosos, a repetição de um fenômeno semelhante nos dias atuais pode ser interpretada como um alerta ou um chamado à reflexão sobre a relação entre a humanidade e a natureza.

Além disso, no Apocalipse, há referências a mares tingidos de sangue como parte dos sinais do fim dos tempos. Em Apocalipse 16:3, lê-se:

"O segundo anjo derramou a sua taça no mar, e este se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar toda alma vivente."

Para aqueles que enxergam os acontecimentos do mundo sob uma perspectiva espiritual, a maré vermelha pode ser vista não apenas como um evento ambiental, mas também como um lembrete sobre o poder divino e a necessidade de respeito pela criação de Deus.

Independentemente da crença, o fenômeno convida à reflexão: estaria a humanidade negligenciando os sinais da natureza? O descuido com o meio ambiente pode estar levando a eventos cada vez mais frequentes e impactantes? Seja pela fé ou pela ciência, a maré vermelha reforça a importância do equilíbrio entre o homem e a natureza.

Maré vermelha reaparece em Ilhabela e acende alerta para riscos à saúde e ao meio ambiente

Ilhabela, no Litoral Norte de São Paulo, voltou a registrar um fenômeno natural conhecido como maré vermelha. O episódio mais recente foi flagrado nesta terça-feira (25), próximo à Ponta Talhada, no sul da ilha, pelo fotógrafo profissional Rafael Mesquita. (Veja o vídeo acima).

A maré vermelha ocorre quando há uma proliferação excessiva de algas microscópicas na água do mar, formando manchas avermelhadas na superfície. Segundo o pesquisador Cláudio Barbosa, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), fatores ambientais como temperatura da água, quantidade de nutrientes e incidência de luz favorecem essa multiplicação.

 

“A maré vermelha é um nome popular para o fenômeno causado por uma intensa proliferação de algas. Essas condições ambientais criam manchas visíveis na água, podendo impactar a fauna marinha e a saúde humana”, explicou Barbosa.

 

Desde o início do ano, o fenômeno tem sido monitorado por órgãos ambientais como a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e o Centro de Biologia Marinha da USP (CEBIMar). A Cetesb informou que técnicos se reuniram nesta quarta-feira (26) para definir os procedimentos de coleta e análise do micro-organismo presente na região.

Riscos e recomendações

Embora algumas algas que causam a maré vermelha sejam inofensivas, outras podem produzir toxinas prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana. Em janeiro, quando o fenômeno foi registrado pela primeira vez neste ano no Litoral Norte, foi identificada a presença do micro-organismo Mesodinium rubrum, que não é tóxico, mas pode atrair algas nocivas.

A Cetesb recomenda que a população evite nadar ou praticar esportes náuticos em áreas com manchas avermelhadas na água, pois algumas pessoas podem apresentar coceira e irritação na pele. Além disso, a ingestão de peixes e mariscos contaminados por algas tóxicas pode representar um sério risco à saúde.

 

“Há registros de embargos ao consumo de mexilhões em outros anos devido à presença dessas toxinas. Quando ingeridos, podem causar infecções graves, por isso é essencial monitorar a movimentação dessas manchas”, alertou Barbosa.

 

Além dos riscos à saúde, a maré vermelha pode impactar gravemente a fauna marinha. Segundo o pesquisador André Pardal, do CEBIMar, a decomposição dos micro-organismos consome grandes quantidades de oxigênio da água, causando a morte de peixes e outros animais.

 

“Quando bilhões de algas morrem, o processo de decomposição reduz os níveis de oxigênio na água, o que pode levar à morte de diversas espécies marinhas”, explicou Pardal.

 

Agora, a expectativa é pela análise detalhada dos micro-organismos encontrados na nova ocorrência, enquanto especialistas seguem acompanhando a evolução do fenômeno na região.


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